segunda-feira, 26 de abril de 2010

Erosão Dentária

A erosão dentária  é um processo progressivo e destrutivo, caracterizado pela perda do tecido duro dos dentes (esmalte e dentina) por ação de ácidos contidos em alimentos e/ou bebidas ou ainda provenientes do próprio organismo, que resulta na destruição do dente, independentemente da presença de bactérias, podendo causar alterações estéticas e funcionais ou até mesmo dor. 
O esmalte do dente é composto por minerais, e quando substâncias ácidas entram em contato com o esmalte elas promovem sua desmineralização, ou seja, por meio de reações químicas o esmalte perde seus minerais para o meio ácido, ocorrendo o que chamamos de erosão.
Resumindo: substâncias ácidas “dissolvem o dente”!
A ingestão de produtos altamente ácidos, tais como refrigerantes, bebidas energéticas e sucos de frutas naturais ou industrializados, é a causa mais freqüente da erosão dentária. Por isso, pode-se dizer que erosão dentária é um problema de saúde bucal da sociedade moderna, decorrente de seus hábitos alimentares.
Salienta-se que a erosão é resultado do contato freqüente do ácido dos alimentos e/ou bebidas com a superfície dentária. Assim, para a erosão dentária ocorrer e evoluir, a freqüência de ingestão de produtos ácidos é mais importante do que a sua quantidade. Colocar até mesmo frutas ácidas no cardápio de forma freqüente também não é recomendável.
Além dos alimentos e bebidas ácidas, a erosão pode resultar da presença de ácidos gástricos na boca, por exemplo, como conseqüência de bulimia (vômitos) ou indigestão (regurgitação / refluxo gástrico).
Também existem casos - como resultado da exposição ocupacional ou industrial - nos quais a erosão dentária pode ser causada, por exemplo, pela inalação prolongada de vapores ácidos.
A erosão é comum em crianças e adolescentes, podendo acometer adultos. Nas crianças, a erosão surge após a administração freqüente de refrigerantes e/ou sucos de frutas naturais ou industrializados, através da mamadeira (que aumenta o tempo de contato da bebida com o dente) e/ou copo. Nos adolescentes, é resultado da ingestão excessiva de refrigerantes ou bebidas energéticas que, na maioria das vezes, são utilizados para substituir água, com o objetivo de diminuir a sede. Além disso, esportistas que ingerem excesso de bebidas energéticas (isotônicas) para repor água e eletrólitos perdidos durante as atividades esportivas podem apresentar erosão dentária. É importante ressaltar que essas bebidas, tanto sob a forma normal, diet ou light são altamente ácidas e podem causar erosão dentária.
Veja imagem de um paciente com alto consumo de refrigerantes:


O que fazer para prevenir a erosão dentária?
- Evitar escovar os dentes imediatamente após consumir alimentos e bebidas ácidas já que o esmalte está muito amolecido, vulnerável. É melhor aguardar, pelo menos, 1 hora para escová-los após as refeições.
- Ingerir bebidas ácidas rapidamente - não as mova ao redor da boca nem as retenha por períodos prolongados na boca - ou opte por usar um canudo que chegue até a parte posterior da boca. Refrigerantes devem ser evitados.
- Escovar os dentes suave e minuciosamente com uma escova de cerdas macias
- Selecionar cremes dentais pouco abrasivos, não ácidos e que forneçam alta disponibilidade de flúor.
- Consultar regularmente um dentista e esclareça qualquer dúvida que você venha a ter.
O diagnóstico precoce acompanhado do aconselhamento da dieta e o monitoramento ajudam a tratar de forma bem sucedida e prevenir a progressão da erosão dentária. O tratamento restaurador é difícil, oneroso e requer contínuo acompanhamento. Assim, o controle racional do consumo de alimentos com altos índices de acidez é essencial desde a infância.

domingo, 18 de abril de 2010

Fraturas Dentais: o que fazer e como prevenir

As evidências epidemiológicas expressas em pesquisas recentes sugerem que a incidência de traumatismos dentários se aproximará aos índices de cárie e doença periodontal em crianças e adolescentes. Assim, a adoção de métodos preventivos que reduzam a frequência das lesões traumáticas, ou ainda, minimizem suas sequelas devem ser implementadas.
Inicialmente, devem ser considerados o desenvolvimento e o crescimento da criança. Assim que o bebê começa a andar, deve-se estar sempre atento aos seus movimentos, já que muitas quedas ocorrem nesta fase, e muitas delas levam a traumas dentários importantes. Sabe-se também que muitas crianças sofrem quedas frequentes devido ao pé plano, popularmente chamado "pé chato", que impede um maior equilíbrio da criança enquanto está em pé. Além desse fator, outros como a visão, audição, coordenação motora e orientação espacial também estão relacionados às quedas.
Recomenda-se os seguintes cuidados de acordo com a faixa etária:
* de 0 a 6 meses:
- evitar que permaneça sozinho em lugares altos, como camas, trocadores;
- não permitir que outra criança carregue o bebê no colo;
- cuidados especiais com carrinhos;
- utilizar cadeiras especiais para transporte do bebê no carro.
* de 7 a 12 meses:
- não deixá-lo em locais altos sem supervisão;
- cuidado com escadas;
- rebaixar o estrado do berço caso o bebê já fique em pé;
- utilizar cadeiras especiais para transportar o bebê no carro;
- ajustar andadores à altura da criança.
* de 12 a 24 meses:
- instalar grades e redes nas janelas;
- utilizar pratos e copos de plástico;
- retirar móveis com arestas visíveis e cortantes;
- evitar brinaquedos metálicos;
- usar protetores nas tomadas;
- supervisionar quando estiverem próximos a piscinas, lagos.
* de 24 meses a 6 anos de idade:
- usar cinto de segurança em automóveis;
- supervisiona-las quando andarem de bicicleta, patins etc;
- grades e redes de proteção nas janelas e sacadas.
O que fazer em caso de traumas dentários?
*Concussão
Ocorre quando o dente recebe um imacto agudo, sem fratura, mas ficando sensível na mastigação. O paciente deverá ir ao dentista para um exame radiográfico das estruturas internas (canal) e avaliação da necessidade de tratamento de canal. Observar alteração de cor do dente.
* Subluxação
Ocorre quando o dente recebe um impacto maior, rompendo fibras do ligamento periodontal (ao redor do dente), e consequentemente, sua mobilidade. Nestes casos, a polpa poderá ser lesada também, gerando uma resposta inflamatória e dor. Pode ser observada alteração de cor do dente. O paciente deverá ser encaminhado ao dentista para exame radiográfico e avaliação da necessidade de tratamento de canal ou de imobilização do dente.
* Fratura de coroa
Ocorre quando quebram partes da coroa do dente. Dependendo da extensão da fratura, podem ser realizados os seguintes tratamentos: restauração; tratamento de canal e restauração; tratamento de canal, pino e coroa; extração do dente e colocação de implante.Em todos os casos somente um cirurgião-dentista será capaz de avaliar qual o tratamento mais apropriado para o caso.
* Avulsão
Ocorre quando o dente sai para fora do seu alvéolo. Nestes casos, o paciente deverá ser encaminhado ao dentista com urgência, juntamente com o dente avulsionado, se possível armazenado em leite. O período entre o trauma e o atendimento pelo profissional é crítico para o sucesso de um eventual reimplante do dente, e deverá ser no máximo de 30 minutos.

O mais importante é que em qualquer tipo de trauma dentário o paciente seja avaliado pelo cirurgião-dentista o mais rápido possível, para que a melhor conduta possa ser tomada a tempo de evitar maiores danos.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Diabéticos no dentista

O diabetes mellitus abrange um grupo de distúrbios metabólicos que podem levar à hiperglicemia. Os principais sintomas são polidpsia, poliúria, polifagia e perda de peso. Há
insuficiência vascular periférica, provocando distúrbios de cicatrização, e alterações fisiológicas que diminuem a capacidade imunológica, aumentando a susceptibilidade às
infecções. Cerca de 3 a 4% dos pacientes adultos que se submetem a tratamento odontológico são diabéticos. Dentre as alterações bucais desses pacientes, estão a hipoplasia, a hipocalcificação do esmalte, diminuição do fluxo e aumento da acidez e da viscosidade salivar, que são fatores de risco para cárie. O maior conteúdo de glicose e cálcio na saliva favorece o aumento na quantidade de cálculos e fatores irritantes nos tecidos. Ocorre xerostomia, glossodínia, ardor na língua, eritema e distúrbios de gustação. A doença periodontal é a manifestação odontológica mais comum, estando presente em 75% destes pacientes. Além disso, emergências como a hipoglicemia e a cetoacidose metabólica podem ocorrer durante o atendimento, e o cirurgião-dentista deve estar atento para suspeitar previamente de um diabetes mellitus não diagnosticado.
A maioria dos autores afirma que pacientes diabéticos bem controlados podem ser tratados de maneira similar ao paciente não diabético na maioria dos procedimentos dentários de rotina. Pacientes com bom controle metabólico respondem de forma favorável à terapia periodontal não-cirúrgica, similarmente aos pacientes não-diabéticos. Visando reduzir a tensão, devem ser realizadas consultas curtas no início da manhã (pois os níveis endógenos de corticosteróides neste período são geralmente altos e os procedimentos estressantes podem ser mais bem tolerados) e técnicas de sedação auxiliar quando apropriadas. Pacientes não-hospitalizados devem ser instruídos a tomar sua dosagem normal de hipoglicemiantes antes dos procedimentos dentários. O médico deve ser consultado para informar sobre a gravidade e o grau de controle, e ser envolvido nas decisões sobre a cobertura com insulina durante o tratamento dentário.
Avise seu dentista se você for diabético!