segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dentista: vilão ou herói nos tratamentos ortodônticos?

O tratamento ortodôntico que era considerado, há menos de 10 anos, inacessível pela classe mais baixa da população se tornou objeto de grande comercialização em todo o país. Esse amplo mercado traz à tona dois pontos bastante discutidos por especialistas que são os benefícios que a fácil aquisição proporciona à população e, por outro lado, os perigos do tratamento sem o acompanhamento de profissionais capacitados para a função.Os aparelhos ortodônticos são os instrumentos pelos quais o ortodontista põe em prática um plano de tratamento elaborado especificamente para cada paciente. São importantes, mas não são milagrosos. Ou seja, não trabalham sozinhos. A maior parcela do sucesso do tratamento ortodôntico depende de um diagnóstico bem feito, um plano de tratamento adequado, da formação do especialista e de sua experiência clínica, sem falar da colaboração do próprio paciente.De acordo com o especialista em ortodontia e membro da Associação Americana de Ortodontista e da Federação Mundial de Ortodontia, José Carlos de Castro, cerca de 90% dos profissionais que exercem a função de ortodontistas não são especializados na atividade. Ele explica que é preciso que o graduado precisa de, pelo menos, dois anos de especialização para começar exercer esta função de ortodontista.“A ortodontia é uma especialidade da odontologia bastante complexa e exige do profissional um treinamento específico. Após esse período, o profissional passa por exames para então poder se intitular ortodontista ou especialista em ortodontia. É com este título que o profissional está apto para o exercício”, explica Castro.José Carlos Castro destaca que um dos grandes problemas do paciente fazer o tratamento com um profissional não capacitado é o não alcance do resultado na correção ortodôntica.O especialista especificou ainda que atualmente, cerca de 60% de seus pacientes vêm de tratamentos fracassados. Ao tentar recuperar o trabalho fracassado, o especialista em ortodontia leva cerca de três anos de tratamento para que o paciente tenha um resultado de eficiência de 50%.“Existe uma diferença em colocar um aparelho e fazer uma correção ortodôntica. É preciso conscientizar à procura por profissionais habilitados para que o tratamento seja bem feito desde o começo. O problema é que a montagem do aparelho ortodôntico é muito fácil e isso leva a negligência da seriedade, o que dificulta todo o tratamento”, ressalta José Carlos Castro.Os problemas que envolvem os dentes e a face são bastante amplos e complexos. O ortodontista é o profissional que tem a formação, treinamento e experiência necessários para abordar tais problemas. Para certificar-se que o profissional que procurado para correção de seus dentes é realmente um especialista na área, basta consultar o Conselho Regional de Odontologia do estado.