quarta-feira, 28 de julho de 2010

Células Tronco e a Odontologia

As células-tronco são aquelas que têm a capacidade de se diferenciarem em vários teci­dos humanos. Podem ser de três tipos: totipotentes ou embrionárias, que con­seguem dar origem a qualquer uma das 216 células que formam o corpo huma­no; pluripotentes, que conseguem dife­renciar-se na maioria dos tecidos huma­nos e as multipotentes que conseguem diferenciar-se em apenas alguns teci­dos.
Estudos encontraram  uma população de prováveis células-tronco pós-natal na polpa dentária humana. A característica mais importan­te dessas células é sua habilidade em regenerar tecido com arquitetura similar ao complexo dentino-pulpar, composto de células e vasos sanguíneos num arranjo semelhante ao encontrado na polpa dentária.
Quais seriam as indicações do uso de células tronco na odontologia: elas seriam a solução para a perda dentária? Impediriam a perda óssea? Poder-se-ia pensar, de forma futurista, ao visitar o dentista, encomendar um dente? Para Paul Sharpe, do Kings College de Lon­dres, essa visão futurista pode não de­morar muito. Talvez dentro de dez anos o paciente ao se dirigir a um consultório pode extrair algumas células que, traba­lhadas por engenharia genética, serão induzidas a formar um novo dente. A engenharia tecidual envolvendo células-tronco, recapitulando o meio ambiente embrionário, demonstra que células-tron­co adultas, de origem odontogênica ou não. podem contribuir para a formação de dentes em condições apropriadas.
Criar um dente a partir de células-tronco é hoje, realidade em âmbito ex­perimental. Pam Yelick e Jay Vacantes, do Instituto Forsyth, de Boston, conse­guiram gerar, com sucesso, pequenos dentes que continham estruturas epiteliais e mesenquimais. Esse trabalho contou com a participação de pesquisadores brasileiros (Duaiiibi, MT e Duailibi, SE).
As dificuldades na criação dos dentes por meio de células-tronco são muitas porque os processos biológicos envolvidos na oformação dentária são extre­mamente complexos.
A substituição de dentes perdidos pela engenharia tecidual em humanos ainda está em um estágio inicial, caro e difícil de reproduzir. Entretanto é uma real possibilidade.
Na nossa realidade cárie, pulpites e periapicopatias são as principais cau­sas da perda dentária. Há uma enorme demanda por serviços odontológicos para uma parcela significativa da popu­lação brasileira. Para mudar essa reali­dade é necessário repensar o ensino odontológico, que precisa se adaptar aos novos conceitos, às inovações científi­cas, valorizando o ensino da ciência básica que permite abordar assuntos como célula-tronco, biologia molecular e etc, como ferramentas para o atendimento clínico, visto que o modelo de atenção clínica baseado unicamente em procedi­mentos restauradores fracassou. O en­sino de odontologia deve ter como obje­tivo a formação de um profissional generalista, com sólidos conhecimentos técnicos-científicos, humanísticos e éti­cos, orientado para a promoção de saú­de e a prevenção de doenças bucais prevalentes, sem esquecer da capaci­dade de apreender as inovações tecnológicas, como lidar com as célu­las-tronco.
Diante de tantos caminhos é preci­so perguntar: iremos conseguir implan­tar brotos dentários? Será o fim dos im­plantes? Teremos uma terceira dentição?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Queixas contra implantes crescem em São Paulo

De acordo com matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, no último sábado, 10 de julho, a utilização de materiais "piratas" e falta de perícia de profissionais estão entre as principais causas dos problemas.


Em cinco anos, a proporção de denúncias de implantes malfeitos triplicou no Crosp (Conselho Regional de Odontologia Paulista). Em 2004, uma em cada dez reclamações eram referente a implantes. Ano passado, as queixas na área representaram 30% do total de 305 recebidas pelo conselho. 
Hoje, 1 milhão de implantes são fixados por ano na boca dos brasileiros - 60% a mais do que se fazia há quatro anos, segundo a Associação Brasileira da Indústria Médico-Odontológica. 
O surgimento de clínicas populares, a oferta de mão de obra barata e despreparada em razão do excesso de faculdades de odontologia e a proliferação de implantes com peças "piratas" são apontadas como causas do aumento das reclamações. 
O resultado dessa salada russa pode ir muito além da perda do implante, que custa entre R$ 1.000 e R$ 3.000. A imperícia pode levar a lesões de nervos e infecções. 
A auxiliar de enfermagem Maria Aparecida de Carvalho, 40, que o diga. Há um ano, ela raspou a poupança para colocar cinco implantes, que custaram R$ 8.000 em uma clínica popular. Mas até hoje ela não conseguiu ter os tão sonhados dentes. 
Maria sofreu uma lesão no nervo dentário na mandíbula superior, que levou a uma paralisia na região. "Bebia alguma coisa e babava igual a um bebê." Ela denunciou o dentista ao conselho.
Segundo o cirurgião-dentista Luiz Antonio Cosmo, especialista em implantologia e da Academia Americana de Osseointegração, uma tomografia da região poderia ter evitado o problema. 
"Tem muita clínica instalando implante a todo custo. Colocam profissionais com pouca experiência, que usam peças inadequadas", diz ele.
Outro problema comum, segundo Cosmo, é a instalação de implantes na chamada ameia interdental (espaço entre um dente e outro), que compromete o alinhamento dos dentes restantes e, em geral, leva à perda do implante recém-colocado. 
Implantes fixados no osso zigomático (maçã do rosto), sem indicação precisa, também pode gerar infecção.
"Falta experiência e estudo. O profissional que faz implantes precisa conhecer prótese, cirurgia e periodontia. Um bom planejamento e equipamentos adequados, certificados, são cruciais."
"Pirataria"
De acordo com o cirurgião-dentista Rodolfo Candia Alba Júnior, diretor da Associação Brasileira de Indústria Médico-Odontológica, outro problema que preocupa são as peças piratas, produtos de contrabando ou fabricados sem o registro da Anvisa. 
"Muitas empresas viram na área um negócio promissor e estão fabricando peças sem regulamentação. São mais baratas, adquiridas por profissionais sem treinamento, que desconhecem os problemas que podem causar."
Alba Júnior explica que o implante "legal" tem um registro que sai de fábrica e é a garantia de que se trata de um produto de qualidade.
Segundo ele, em geral, não há problemas de qualidade com pino de titânio: desde que seja esterilizado, se integra facilmente ao osso.
O risco está nas conexões, componentes que serão encaixados ao implante e emergidos fora da gengiva para a colocação da prótese. 
"Se as conexões não tiverem qualidade, elas serão incapazes de sustentar o alto impacto gerado pela força de mastigação, por exemplo. Então, no prazo de seis meses a um ano, os parafusos se afrouxam com facilidade, e a peça solta o dente."
Fonte: Folha de São Paulo

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Cuidados com os dentes de leite

- Quando nascem os dentes de leite?
Por volta do sexto mês, mas pode haver antecipação para o terceiro ou quarto mês. Geralmente, a dentição do bebê completa-se entre o vigésimo quarto e o trigésimo sexto mês.
- O bebê sente dor quando nascem os dentes de leite?
O surgimento dos dentes é uma ocorrência natural, portanto não provoca dor, nem sangramento. Entretanto, alguns sintomas podem aparecer: aumento da saliva devido a maturação das glândulas salivares e à dificuldade que o bebê tem de engolir a saliva produzida; diarréia, em conseqüência de distúrbio gastrointestinal causado pela contaminação através de objetos levados à boca pelo bebê e sucção dos dedos, principalmente em condições de higiene inadequada; febre “baixa e passageira”, provocada por substâncias que regulam a temperatura corpórea, liberadas durante o rompimento da gengiva; irritação local provocada pela pressão dos dentes na gengiva (não requerendo medicação alguma).
- Os mordedores ajudam no nascimento dos dentes?
Existem mordedores macios que contêm um gel no seu interior e que devem ser mantidos na geladeira. Esses mordedores, quando utilizados pelo bebê, aliviam a irritação da gengiva causada pela pressão dos dentes em erupção. Se eventualmente a irritação for grande, um anestésico tópico não irritante – aplicado 3 a 4 vezes por dia – também pode dar alívio temporário, desde que prescrito corretamente, já que ele pode ser tóxico, e sua absorção é rápida.
- É necessário escovar os dentinhos do bebê?
Sim. É importante fazer a higienização mesmo antes da erupção dos primeiros dentinhos. Para tanto, pode ser usada uma dedeira ou gaze embebida em água filtrada que deve ser esfregada delicadamente na gengiva. Após a erupção dos primeiros dentinhos, uma escova com cerdas reduzidas e macias deve ser usada, principalmente após as refeições.
- O bebê pode usar creme dental?
Quando erupcionam os primeiros dentinhos, pode-se utilizar escova de dentes somente molhada em água. Quando o bebê estiver com um maior número, o creme dental deve ser usado em pequena quantidade, o equivalente a um grão de ervilha ou até menos, visto que os bebês engolem cerca de 70% do creme dental durante a escovação; como o creme dental contém flúor, o excesso ingerido pode provocar fluorose, alterando a cor dos dentes. De preferência, até os 3 anos, use creme dental sem flúor.
- E se o bebê não deixar escovar os dentes?
A mãe precisa ter paciência e tentar transformar a escovação em uma brincadeira divertida. Usar uma escova colorida ou cantar músicas acompanhando os movimentos da escova pode ajudar. É interessante que o bebê a veja escovando seus próprios dentes.
- Que tipo de mamadeira usar para os bebês que não podem ser amamentados no peito?
Existem mamadeiras que possuem bicos muito semelhantes ao seio materno (bicos ortodônticos) e garantem o bom posicionamento da língua durante o aleitamento. O furinho do bico deve ser estreito para forçar o bebê a sugar, o que estimula a musculatura e o crescimento da mandíbula. A posição em que o bebê toma sua mamadeira também é importante: ele deve estar inclinado e nunca completamente deitado.
- A mamadeira e a chupeta podem alterar o posicionamento dos dentinhos do bebê?
Sim! Todo hábito prolongado pode prejudicar o posicionamento dos dentes. Deve ser planejado eliminar da rotina do bebê a chupeta e a mamadeira o mais cedo possível, até no máximo por volta dos três anos.
- Os antibióticos prejudicam a dentição?
Depende. Todo antibiótico ou medicamento, quando administrado, deve estar em dose adequada e sob supervisão médica e/ou odontológica.
- Os bebês podem ter cáries?
Sim! A amamentação ou alimentação com mamadeiras com leite, chá ou qualquer líquido contendo açúcar ou mel durante o sono, principalmente à noite, pode provocar cárie de aparecimento precoce ou cárie de mamadeira. Se não houver higienização nesse período, esse tipo de cárie acomete os dentes rapidamente, pois, durante o sono o fluxo salivar diminui. Os primeiros sinais da cárie de mamadeira constituem manchas brancas e opacas, que muitas vezes passam desapercebidas pelos pais.
- Quando deve ser a primeira consulta do bebê ao dentista?
A primeira deve ser feita antes mesmo do aparecimento dos primeiros dentes. Uma consulta agradável, em ambiente amistoso, ajudará o estabelecimento de um vínculo afetivo com o dentista; também é importante um programa de educação e medidas preventivas que evitem o aparecimento de cáries e doenças gengivais.


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Os aparelhos ortodônticos estão cada vez mais discretos e já não causam tanto constrangimento aos pacientes. Entre os aparelhos mais estéticos utilizados atualmente, podemos citar: bráquetes de porcelana, bráquetes de safira, aparelho ortodôntico lingual, Invisalign e mini-implantes.
Os bráquetes de porcelana e safira substituem os tradicionais metálicos na grande maioria dos casos. Em casos com mordida profunda, pode-se optar por usar bráquetes estéticos na arcada superior e metálicos na inferior, para que não haja desgaste dos dentes superiores pelo atrito com os bráquetes de porcelana. Os tratamentos ortodônticos com bráquetes estéticos normalmente demoram um pouco mais, pois os movimentos dos dentes são mais lentos devido ao maior atrito dos fios ortodônticos aos bráquetes. Veja os bráquetes de safira e porcelana convencional:

Já os bráquetes linguais (aqueles colados por trás dos dentes) são utilizados para tratamentos que necessitam de estética, pois não aparecem no sorriso. Porém, podem dificultar a higienização dos dentes e causar machucados na língua.

O tratamento mais cobiçado é o Invisalign, pois não utiliza bráquetes ou fios, é estético e removível. Não está indicado para todos os tipos de maloclusões, podendo em alguns casos ser associado aos bráquetes convencionais para finalizar o tratamento.

Os mini-implantes servem para facilitar as mecânicas ortodônticas. São pequenos parafusos que são colocados em determinados locais da boca para permitir movimentos dentários sem causar movimentos em outros dentes. Podem substituir o aparelho extra-bucal, mais conhecido como "freio de burro".