quarta-feira, 23 de junho de 2010

A importância do fio dental

Apesar de não ser novidade, o uso do fio dental sofre resistência de uso pela maioria dos brasileiros. A maioria das pessoas tem preguiça de usa-lo, ou desconhece sua real importância.
A importância do fio dental é a mesma da escova de dente, a única diferença é que o fio ou fita dental vai limpar onde o acesso das cerdas da escova é impossível. O fio dental não serve apenas para retirar restou de alimentos presos entre os dentes, mas principalmente para remover a placa bacteriana que fica nessa região. Deve ser utilizado após a escovação dos dentes, posicionando-o a partir do sulco gengival (um espaço de aproximadamente dois milímetros entre a gengiva e os dentes). O indivíduo deverá abraçar o dente com o fio e friccioná-lo trazendo-o de volta até a borda cortante do dente. Isso poderá ocasionar um pequeno sangramento nas primeiras vezes do uso, mas caso persista o dentista deve ser consultado, pois poderá ser uma inflamação gengival (gengivite) ou até mesmo perda óssea ao redor dos dentes (periodontite).
Para ser eficiente, o fio dental deve ser utilizado pelo menos uma vez por dia, preferencialmente à noite antes de dormir. Cada indivíduo demanda um tipo diferente de fio dental, ou seja, para as pessoas que tem os dentes muito próximos, o que dificulta a passagem do fio, devem ser escolhidos os fios plásticos, feitos de teflon ou de nylon, que escorregam com mais facilidade e não desfiam. Já para os que não têm esse tipo de problema, os fios encerados, feitos de tecido, são uma ótima opção.
Utilizando o fio dental diariamente, e fazendo uma consulta pelo menos uma vez ao ano com seu dentista, é possível manter a gengiva saudável e evitar a perda óssea, que inicia com uma gengivite não tratada, que evolui para uma periodontite. Esta envolve a perda de osso que suporta os dentes, e quando chega nesta fase, os dentes começam a ficar com mobilidade e acaba sendo difícil reverter o processo. A periodontite é uma doença silenciosa e muitas vezes indolor, portanto é fundamental um acompanhamento pelo seu dentista para evitar danos irreversíveis.
Definitivamente, para manter uma boca mais saudável, o uso do fio dental é imprescindível, aliado à escovação após cada refeição.

domingo, 6 de junho de 2010

Uso excessivo de antissépticos pode ser prejudicial

Relacionados a hálito fresco e beijos ardentes na publicidade, os antissépticos bucais podem trazer problemas à saúde da boca se utilizados em excesso.
A conclusão é de um estudo da Pro Teste (entidade de defesa do consumidor), que avaliou quatro dos enxaguantes bucais mais vendidos no Brasil: Sensodyne, Oral B, Sanifill e Colgate Plax. Os quatro dizem, no rótulo, que não contêm álcool. Foi testada em laboratório a eficácia dos produtos no combate a fungos e a bactérias. Quatro grupos de voluntários usaram uma das marcas durante um mês, com a supervisão de um dentista.
Segundo a publicação do teste, não é preciso usar enxaguante após cada refeição e o exagero pode provocar irritações na boca (no caso dos produtos com álcool), manchas nos dentes e perda temporária de gustação (se tiverem gluconato de clorexidina, que causa manchamento da película salivar com o tempo, por características próprias da substância).
Os antissépticos de fato reduzem a placa bacteriana e a gengivite, mas os voluntários se queixaram sobre a ardência provocada pelo Sanifill que os impediu até de bochechar pelo tempo recomendado (um minuto). Já com o Sensodyne, a reclamação foi que o produto deixava um sabor amargo na boca. Nos testes in vitro, Oral B e Sanifill foram os melhores na eliminação de bactérias.
O teste também encontrou problemas em relação à concentração de álcool no Sanifill que, apesar de se dizer livre de álcool, contém 0,9% da substância. Quanto ao pH, todos os produtos apresentaram um compatível ao da boca menos o Sanifill, que é mais ácido. Isso ajuda a explicar a ardência descrita pelos voluntários durante o uso.
Todos os antissépticos têm uma quantidade de flúor dentro do aceitável. O Colgate Plax é o único sem corantes, o que é o ideal, segundo a Pro Teste. Já o Sanifill contém corante não alimentar, o que não é recomendável.
No geral, o produto mais bem avaliado foi o da Oral B, seguido por Colgate Plax. Os piores foram o Sensodyne e o Sanifill.
As medidas mais eficazes para manter a saúde bucal são o uso de fio dental e a escovação. "Os enxaguatórios bucais ajudam a manter o estado de saúde, mas não substituem uma boa higiene realizada com os meios mecânicos. Não adianta passar perfume sem tomar banho. O que limpa é o banho, o perfume é apenas um complemento", diz Giuseppe Romito, professor da Faculdade de Odontologia da USP e presidente da Sobrape (Sociedade Brasileira de Periodontologia).
Já professora de bioquímica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Livia Tenuta, diz que os antissépticos não devem ser usados livremente. "Um profissional vai indicar de acordo com o problema que o paciente apresenta."
Para tratar mau hálito, por exemplo, os enxaguantes não são eficazes. "Vai refrescar, mas não vai resolver a causa."
Outro lado
Procuradas pela reportagem, as empresas responsáveis pelos enxaguantes se manifestaram a respeito do teste.
Em nota, a GlaxoSmithKline informou que "o sabor de Sensodyne é característico da fórmula, que foi desenvolvida com a preocupação principal de ser gentil com a mucosa bucal dos consumidores".
A Procter&Gamble, fabricante do enxaguante Oral B, declarou-se satisfeita com o resultado. Sobre a adição de corante da fórmula, afirmou que "os ingredientes utilizados são solúveis em água e seguem os mais altos padrões de qualidade e segurança da indústria, aprovados pela Anvisa e FDA".
Já fabricante do Sanifill, marca mais mal avaliada no teste, manifestou que "desconhece os resultados apresentados pela referida pesquisa, assim como a metodologia empregada." A empresa ressalta ainda que até o dia 28 de maio não havia sido notificada oficialmente pelo Proteste.
A Colgate não comentou o resultado do teste até o fechamento da reportagem.
Fonte: Folha Online