segunda-feira, 30 de maio de 2011

Ortodontia pode rejuvenecer a face

De acordo com uma pesquisa realizada por médicos da University of Rochester Medical Center, em Nova York, com o passar do tempo ocorrem alterações nos ossos faciais, principalmente na maxila, implicando em uma aparência mais envelhecida.
A estratégia de rejuvenescimento, se combinada, potencializa-se em seus resultados. E aí entram os modernos e avançados tratamentos ortodônticos para adultos que, associados a intervenções da medicina estética e/ou plástica, podem proporcionar melhoria significativa da aparência do rosto.
Durante o estudo da Universidade de Rochester, os pesquisadores avaliaram 120 tomografias faciais, de homens e mulheres com idade entre 20 e 36 anos, considerados jovens, 41 a 64 anos, denominados médios, e indivíduos com 65 anos ou mais, os mais velhos. Foram realizadas medições para saber o comprimento e a largura da face e o osso da mandíbula.
O resultado demonstrou que, com o passar dos anos, o ângulo da mandíbula aumenta e há uma perda da definição da borda inferior do rosto. Com este declínio do volume da mandíbula, os tecidos moles da parte inferior da face e do pescoço não têm apoio suficiente, contribuindo para a flacidez da pele e a diminuição da projeção do queixo — esclarece.
A falta de apoio dos tecidos moles — aí incluídos os dentes corretamente organizados nas arcadas — faz com que o rosto fique com contornos ovais na parte inferior da face, e a pele flácida também influencie na aparência do pescoço, que fica com aspecto mais envelhecido.
Outros fatores que intensificam o envelhecimento facial são as anomalias dentofaciais, que incluem alterações nas posições dos dentes, das funções da face, questões ósseas e musculares. Por isso, além de fazer uma reabilitação oral e propiciar um sorriso bonito, a ortodontia também busca o rejuvenescimento da face —ressalta Juarez Köhler, também especialista em ortodontia e ortopedia facial.
Associada a outras especialidades odontológicas e médicas, a ortodontia visa à estética bucal e facial (tecnicamente denominada de região dentofacial), graças à percepção integrada do paciente. Muitas pessoas que fizeram tratamentos ortodônticos puderam voltar a sorrir e observar o quanto é importante para a auto-imagem e auto-estima, ter uma face rejunescida em seu aspecto geral, mais adequada à nova realidade.
Muitos sinais do envelhecimento, como as rugas, sulcos, aprofundamento do perfil, apinhamento dentário, perda de volume labial e de suporte nasal ocorrem ou se intensificam por causa da má posição ou da ausência de dentes. Por este motivo um sorriso harmonioso tem como consequência uma face mais jovem — destaca Juarez.
Os avanços científicos e tecnológicos permitiram aos profissionais da ortodontia uma visão sistêmica do paciente. Durante a avaliação, o indivíduo é analisado sob diversos aspectos, inclusive sobre a chamada quarta dimensão — o tempo.
O ortodontista conhece o crescimento, o desenvolvimento e o envelhecimento dos tecidos moles e duros da face, dos dentes e dos ossos que compõe o rosto e também fazem parte das funções do sistema estomatognático, que envolve a boca, a língua, os dentes, as articulações têmporo-mandibulares (ATMs), os músculos faciais e mastigatórios, diversos ossos, as glândulas salivares e suas relações com outras partes do organismo — evidencia Juarez.
Para que o profissional tenha esta visão integrada ele deve analisar os tecidos moles do rosto durante o repouso e também durante a execução de suas funções e os efeitos do envelhecimento destes tecidos e dos ossos. A redução da exposição da gengiva e dentes superiores durante o sorriso, o caimento dos lábios nos cantos da boca, a perda óssea vertical e horizontal e o aumento do espaço entre os dentes são outras características do envelhecimento facial.
Ambos os especialistas enfatizam que problemas ortodônticos ou ortopédico-faciais que não receberam tratamento durante a infância ou adolescência acabam intensificando ainda mais o processo de envelhecimento.
O segredo é sempre manter a unidade e a naturalidade do rosto, respeitando todas as suas características, em compatibilidade com as diversas faixas etárias. Os modernos recursos terapêuticos tem como resultado a melhoria facial, com reflexos diretos na auto-estima, na qualidade de vida e no bem-estar — acrescenta Gerson.