quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Dentes tortos mascaram a beleza do sorriso

A odontologia moderna não se limita à correção de problemas funcionais e de estética bucal. Ela também se preocupa com a prevenção. Assim como os pais levam a criança ao pediatra, é importante que sigam a mesma conduta em relação à dentição decídua (dentes de leite). Para isso, devem consultar um ortodontista de sua confiança que irá fazer uma avaliação e orientar sobre a época certa de se iniciar um tratamento ortodôntico quando necessário. Se cuidados simples forem aplicados, sobretudo na primeira infância, podem-se prevenir a má oclusão dentária e uma função mastigatória deficiente.
Quando o problema de oclusão está ligado à herança genética, os dentes podem não se posicionar de forma adequada em relação à face como um todo, o que é bastante comum nos brasileiros, devido à grande mistura de raças. Além disso, alguns vícios persistentes, como sucção de dedos ou chupetas, roer unhas, respiração bucal e perdas precoces de dentes decíduos desencadeiam ou agravam uma má oclusão.Todas essas situações podem ser corrigidas, dando ao paciente uma melhor qualidade de vida. 
Por volta dos seis anos, o ortodontista deve solicitar uma radiografia panorâmica que, associada ao exame clínico, permite analisar a falta de espaços na arcada para receber os dentes permanentes e a necessidade de tratamento com Ortopedia Facial e/ou Ortodontia Preventiva, favorecendo um melhor posicionamento dentário e reequilíbrio muscular, verificando se a dentição encontra-se dentro dos padrões de normalidade.
Crianças que respiram pela boca, por exemplo, podem apresentar maxila atrésica (base óssea superior estreita).Nesse tipo de má oclusão, pode-se utilizar um disjuntor palatino (aparelho colocado nos dentes superiores), que tem a função de abrir a sutura palatina, aumentando a largura da arcada, melhorando também a respiração nasal. Entre doze e treze anos, a dentição permanente está se completando. Se o adolescente precisar de ortodontia corretiva, ela deverá ser iniciada, levando-se em consideração o perfil do paciente, tipo de crescimento, padrão facial, etc. Se a má oclusão for apenas dentária, a correção ortodôntica é simples. Se envolver desarmonia entre as bases ósseas (má oclusão esquelética), poderá ser necessária correção orto-cirúrgica, em que o paciente é preparado ortodonticamente e, depois, é realizada a cirurgia ortognática harmonizando as bases ósseas. Esses tratamentos mais complexos, em que há necessidade de cirurgia, somente são indicados após o término do crescimento - meninas por volta dos dezessete anos e meninos por volta dos vinte anos.
Nos últimos anos, a evolução e os benefícios da ortodontia nas reabilitações orais (funcional e estética) foram tão grandes e positivos, que os adultos resolveram aderir ao tratamento ortodôntico para melhorar o sorriso. Felizmente as pessoas estão se conscientizando dos problemas que uma má oclusão pode trazer, além do comprometimento da auto-estima, fazendo com que invistam no sorriso da primeira infância à terceira idade. Em adultos, muitas vezes, a ortodontia exerce uma função preparatória, facilitando o trabalho de outras especialidades na reabilitação oral.