domingo, 18 de abril de 2010

Fraturas Dentais: o que fazer e como prevenir

As evidências epidemiológicas expressas em pesquisas recentes sugerem que a incidência de traumatismos dentários se aproximará aos índices de cárie e doença periodontal em crianças e adolescentes. Assim, a adoção de métodos preventivos que reduzam a frequência das lesões traumáticas, ou ainda, minimizem suas sequelas devem ser implementadas.
Inicialmente, devem ser considerados o desenvolvimento e o crescimento da criança. Assim que o bebê começa a andar, deve-se estar sempre atento aos seus movimentos, já que muitas quedas ocorrem nesta fase, e muitas delas levam a traumas dentários importantes. Sabe-se também que muitas crianças sofrem quedas frequentes devido ao pé plano, popularmente chamado "pé chato", que impede um maior equilíbrio da criança enquanto está em pé. Além desse fator, outros como a visão, audição, coordenação motora e orientação espacial também estão relacionados às quedas.
Recomenda-se os seguintes cuidados de acordo com a faixa etária:
* de 0 a 6 meses:
- evitar que permaneça sozinho em lugares altos, como camas, trocadores;
- não permitir que outra criança carregue o bebê no colo;
- cuidados especiais com carrinhos;
- utilizar cadeiras especiais para transporte do bebê no carro.
* de 7 a 12 meses:
- não deixá-lo em locais altos sem supervisão;
- cuidado com escadas;
- rebaixar o estrado do berço caso o bebê já fique em pé;
- utilizar cadeiras especiais para transportar o bebê no carro;
- ajustar andadores à altura da criança.
* de 12 a 24 meses:
- instalar grades e redes nas janelas;
- utilizar pratos e copos de plástico;
- retirar móveis com arestas visíveis e cortantes;
- evitar brinaquedos metálicos;
- usar protetores nas tomadas;
- supervisionar quando estiverem próximos a piscinas, lagos.
* de 24 meses a 6 anos de idade:
- usar cinto de segurança em automóveis;
- supervisiona-las quando andarem de bicicleta, patins etc;
- grades e redes de proteção nas janelas e sacadas.
O que fazer em caso de traumas dentários?
*Concussão
Ocorre quando o dente recebe um imacto agudo, sem fratura, mas ficando sensível na mastigação. O paciente deverá ir ao dentista para um exame radiográfico das estruturas internas (canal) e avaliação da necessidade de tratamento de canal. Observar alteração de cor do dente.
* Subluxação
Ocorre quando o dente recebe um impacto maior, rompendo fibras do ligamento periodontal (ao redor do dente), e consequentemente, sua mobilidade. Nestes casos, a polpa poderá ser lesada também, gerando uma resposta inflamatória e dor. Pode ser observada alteração de cor do dente. O paciente deverá ser encaminhado ao dentista para exame radiográfico e avaliação da necessidade de tratamento de canal ou de imobilização do dente.
* Fratura de coroa
Ocorre quando quebram partes da coroa do dente. Dependendo da extensão da fratura, podem ser realizados os seguintes tratamentos: restauração; tratamento de canal e restauração; tratamento de canal, pino e coroa; extração do dente e colocação de implante.Em todos os casos somente um cirurgião-dentista será capaz de avaliar qual o tratamento mais apropriado para o caso.
* Avulsão
Ocorre quando o dente sai para fora do seu alvéolo. Nestes casos, o paciente deverá ser encaminhado ao dentista com urgência, juntamente com o dente avulsionado, se possível armazenado em leite. O período entre o trauma e o atendimento pelo profissional é crítico para o sucesso de um eventual reimplante do dente, e deverá ser no máximo de 30 minutos.

O mais importante é que em qualquer tipo de trauma dentário o paciente seja avaliado pelo cirurgião-dentista o mais rápido possível, para que a melhor conduta possa ser tomada a tempo de evitar maiores danos.